Relato da viagem

No caminho para nosso destino, certamente vamos lembrar da linda região litorânea de Santa Catarina, do trânsito dos feriados, do típico jantar gaúcho no Galpão Crioulo em Porto Alegre e da região da Reserva do Taim. Na volta, a região de Passo Fundo com seu trigais, sua gente e suas paisagens lindas, das Serras do Oeste Catarinense na região do Contestado e do movimento intenso nas estradas do Paraná.

Certamente ficarão marcadas também as refeições que compartilhamos, as "trapalhadas", as gozações, os apelidos, as estórias do Marcelo, os momentos culturais WP, as receitas de comida dos "Chefs" Fernando e Marcelo, as lições gauchescas do Fernando Tchê, as "tiradas" do Ricardo, as aulas de Direito e Política do Fabiano, o Marcelo lambendo a moto novinha, as paradas não programadas para o xixi, e os pneus vazios. Ligou o SPOT Wlamir? Fernando, esqueceu de tomar o remédio pra memória?  O Red Bull com banana do Ricardo, criou asas e voou lá na frente. Ricardo, gruda mais. Marcelo, deixa o cara passar... Horrível mesmo foi o Fabiano cantando no intercomunicador, sorte do Marcelo que não estava conectado!
Daria até pra fazer um daqueles joguinhos de adivinhar, associe o apelido ao nome correto marcando a letra na coluna da direita:

A - Ricardo          (  ) - Buga-Buga
B - Fernando       (  ) - Buzz Lightyear
C - Wlamir          (  ) - Fritz
D - Marcelo         (  ) - Roda presa
E - Fabiano         (  ) - Enciclopédia

Damos graças a Deus que aproveitamos bem a viagem, rimos bastante e voltamos todos bem, acho que a oração do Fabiano na saída da viagem nos protegeu.

Acredito que a palavra que possa melhor definir a impressão que todos nós tivemos do Uruguai é "tranquilidade". Não que o povo seja tranquilo mas sim parece que a vida lá seja mais tranquila. O Uruguai é um País com 3,5 milhões de habitantes sendo 1,5 milhão em Montevideo e o restante nas demais regiões. Tem uma boa infra-estrutura de estradas que parecem sempre estar vazias. Sem dúvida as principais atividades são a pecuária e a agricultura. O contraste foi marcante, passamos pelo sul do Brasil em dias de feriados, com muito trânsito e congestionamento nas estradas e obras intermináveis. Lembro de ter passado há uns dois anos por Laguna e as mesmas obras na estrada ainda continuam, lamentável. No Uruguai não vimos nenhum buraco sequer nas estradas!

O turismo parece também estar se desenvolvendo embora a impressão que tive é que os serviços turísticos ainda precisam se profissionalizar, notei que o atendimento nos hotéis e restaurantes ainda é no estilo pessoal, nada contra mas fica a impressão de que se não gostam da pessoa não atendem bem. Sempre fomos bem tratados como acredito que tratam a todos os brasileiros com exceção do posto de gasolina aonde não queriam deixar que colocássemos os capacetes nas mesas. Notei que as pessoas fazem um pouco de tudo para atender os turistas, recepcionam, ajudam no restaurante, ajudam na arrumação, fazem as contas, etc. Acho que os bons empregos são raros. Nos postos de gasolina nada de atenção extra, limitam-se a colocar o combustível, se quiser lavar o para-brisas ou calibrar pneus faça você mesmo.

Em Montevideo ficamos em um hotel no centro da cidade, nem sentimos a hora do rush, talvez um pouco mais de movimento de manhã cedo e ao final da tarde, nada mais. Todos os carros são importados e caros, a gasolina é mais cara também, não há incentivos para se utilizar veículos, não há metro e o transporte público não chega a ser precário mas também não é excelente. Existem muitos veículos velhos circulando, várias vezes, ao circular pela cidade, senti aquele cheiro característico de poluição de carro velho, óleo queimado. Não se notam novas construções e novos prédios, o mais moderno é o prédio da empresa estatal telefônica que se destaca quase sempre em todas as paisagens da cidade.

Também sentimos que alguns pontos da cidade são contaminados pela criminalidade, como toda cidade grande. Disseram-nos para não irmos ao Cerro ao final da tarde e a noite e também não circularmos pela zona portuária. É esta praga de "droga" que assola a humanidade. Fora isto, não nos sentimos inseguros, caminhamos pelo centro a noite sem qualquer preocupação. 

Ao chegarmos ao Uruguai, a aduana foi tranquila e entramos com facilidade, sem muita burocracia.

No caminho para para Punta del Este visitamos a Fortaleza Santa Tereza, histórica, magnífica e imponente. Faltou visitar o museu dentro da Fortaleza que só abre após as 13:00h! Esqueceram dos turistas.
Não conseguimos ver outras atrações no meio do caminho como Punta del Diablo, Cabo Polonio, Laguna Negra, os parques e Piriápolis, talvez coubesse mais um dia do roteiro neste trecho. Preferimos usar o tempo para as atrações de Punta del Este, fica uma desculpa para voltarmos um dia e conhecermos o que faltou. 

Já Punta del Este é moderna e vibrante, o turismo é intenso, muitos brasileiros. As construções são mais modernas, os bairros residenciais tem belas casas e mansões sem cercas ou muros, parece que confiam na segurança do local. A orla traz várias atrações e condomínios de luxo, creio que a concentração de riqueza gera uma especulação imobiliária alta, os imóveis devem ser caros. Quem vai ao Uruguai deve obrigatoriamente passar por Punta del Este, tem muita coisa para se ver e para fazer.

Colonia del Sacramento é uma história à parte, tudo muito colonial, cidade fundada por portugueses e disputada por espanhóis, os traços da colonização estão por toda parte, nas casas, nas ruas e nos becos. Pode-se passar mais de um dia conhecendo tudo e simplesmente aproveitando o sossego da cidade para relaxar. O turismo é bem desenvolvido e organizado, existem carrinhos elétricos para alugar, dispositivos sonoros para descrever as atrações da cidade, bons restaurantes e ruas e praças bem cuidadas e limpas. Já ao chegarmos na cidade e pararmos as motos na praça principal, sentimo-nos tranquilos e seguros, aproveitamos bem os momentos que passamos por lá. Foi uma alegria geral quando o Marcelo chegou com o carrinho alugado e ficamos andando pela cidade e observando tudo. Colonia foi a pérola da nossa viagem, inesquecível.

Foi uma viagem fácil de se fazer, tem boa infra-estrutura no caminho, hotéis, restaurantes, postos de gasolina e pedágios também. No Uruguai as motos não pagam pedágio. Para quem tiver menos tempo dá para encurtar a viagem em 2 dias fazendo os trechos do Brasil em uma média de 700 a 800 km por dia.

Jantando em Itapema







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